O movimento surgiu em 2003 na Austrália a partir de um grupo de amigos que com o objetivo de chamar atenção para a saúde masculina, decidiram deixar seus bigodes crescerem. O grupo realizava ações a fim de arrecadar fundos e então doava para instituições de caridade. Em 2004 a Movember foi registrada oficialmente e com ela surgiu o movimento de nome No Shave November (Novembro Sem Barbear).
No Brasil, o Instituto Lado a Lado Pela Vida em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia, criaram a Campanha Novembro Azul. A campanha, que completa 10 anos, tem como objetivo conscientizar a população a respeito de doenças masculinas com ênfase na prevenção e diagnóstico precoce do Câncer de Próstata.
A cada ano a ação ganha mais seguidores, no entanto, devido ao preconceito, o número de homens que faz o exame preventivo (exame de toque), diminui.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2019 foram registradas aproximadamente 15.983 mortes e, em 2020 65.840 novos casos.
Alguns fatores de risco aumentam sua taxa de incidência, entre eles:
Idade – a incidência e taxa de mortalidade aumentam de forma significativa após os 50 anos;
Histórico familiar de câncer de próstata (sendo estes parentes, pai ou irmão) antes dos 60 anos;
Excesso de gordura corporal;
Exposição a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos derivados do petróleo, fuliges (como as de motores de escape de veículos e outros), hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) e dioxinas;
Os sinais e sintomas variam de acordo com a fase do câncer. A fase inicial pode não apresentar sintomas e ter uma evolução silenciosa ou apresentar sintomas semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (HPB) manifestando dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Já na fase avançada, os sintomas incluem dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou sêmen. Na maioria das vezes, quando os sinais são detectados, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, o que dificulta a cura.
É importante ressaltar que a única maneira de garantir a cura é a deteção precoce do câncer de próstata. Assim, pessoas com e sem sinais ou sintomas, devem realizar exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e/ou radiológicos. Os exames mais utilizados são: toque retal e exame de sangue (PSA).
O diagnóstico é feito através da biópsia da próstata por via transretal ou transperineal. O primeiro exame é realizado com um aparelho de ultrassom que é introduzido pelo ânus e percorre o trajeto até chegar na próstata e, o segundo é realizado sob anestesia e é introduzido na região do períneo. A indicação da biópsia depende do toque retal e do resultado do exame de sangue (PSA).
O tratamento para quando o câncer está localizado, ou seja, só atingiu a próstata, pode ser cirurgia, radioterapia e até mesmo acompanhamento vigilante (algumas situações especiais). Já para a doença localmente avançada têm sido usados radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal. E para quando ocorre metastáse, isto é, quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento mais indicado é terapia hormonal. E lembre-se que a escolha do tratamento adequado é definido após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um, pois cada indivíduo é singular.
Por fim, é necessário ressaltar que tanto as consultas médicas quanto exames e tratamento são oferecidos de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A prevenção é a melhor forma de se proteger.
Cuide-se!
Referências:
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